A manutenção de qualquer atividade produtiva depende basicamente da eficiência do sistema de produção, que pode ser observada pela maior produtividade com o menor custo de produção possível. Na atividade leiteira, a nutrição é o principal fator da eficiência do sistema de produção, sendo a maior responsável pelo nível de produção e pode representar 70% dos custos de produção. Portanto, pode-se dizer que quanto mais eficiente for a nutrição de um rebanho, mais eficiente será o sistema de produção deste rebanho.

A gordura é o componente do leite sujeita a maior oscilação, variando de entre 2 e 3 unidades percentuais. A relação volumoso:concentrado é um dos principais fatores nutricionais que altera esses teores de gordura no leite. Um aumento de concentrado na dieta de vacas leiteiras que ultrapasse 50% da dieta reduz o teor de gordura do leite em função de alteração da fermentação ruminal.

A quantidade de fibra efetiva da dieta também pode alterar o nível de gordura do leite. A fibra é responsável pela manutenção do pH ruminal, devido a liberação de tamponantes existentes na saliva que é produzida em função da mastigação. Uma dieta adequada deve conter no mínimo 28% de fibra (FDN – fibra em detergente neutro), sendo que 75% deste proveniente de forragens.

O tipo do concentrado utilizado na fazenda pode influenciar na gordura do leite. Dietas com maiores proporções de concentrados com elevados teores de amido geram redução do pH ruminal diminuindo assim as concentrações de gordura no leite. Por outro lado, os concentrados compostos com alto teor de fibras não reduzem o pH no rúmen por apresentarem uma fermentação mais lenta aumentando os teores de gordura no leite.

Com o objetivo de aumentar a densidade energética das dietas principalmente de vacas de alta produção, é comum a adição de gorduras em níveis de 5 a 7% da matéria seca da dieta resultando em um aumento na produção total de leite e quando gorduras insaturadas são adicionadas na dieta, conseqüências negativas no teor de gordura do leite são observadas. Gorduras protegidas, grãos de oleaginosas como caroço de algodão quando fornecidos inteiros ou grãos de soja quebrados em 3 ou 4 partes, se respeitados os limites de uso não reduzem os níveis de gordura do leite pois não afetam a fermentação ruminal devido a lenta degradação, transitando de forma intacta no rúmen.

Os aditivos mais comuns utilizados na alimentação de ruminantes visando melhorar o desempenho produtivo são os tamponantes e os ionóforos. Os tamponantes como bicarbonato de sódio minimizam quedas de pH ruminal evitando acidose quando dietas com altas proporções de concentrados são fornecidas para os animais. Assim, não ocorre diminuição na porcentagem de gordura no leite. Os ionóforos, como a monensina sódica e a lasalocida são usados com o objetivo de reduzir a produção de gases como o metano e o gás carbônico no rúmen e como conseqüência aumenta a produção de leite, mas com menores níveis de gordura no leite.

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Lécio Queiroz Soares – Zootecnista, M.Sc – Diretor e Supervisor de Projetos

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