O controle leiteiro é uma ferramenta de medir a capacidade de produção de leite de uma vaca. É por meio dele é que se pode ter uma estimativa segura da produtividade. Ainda é pequeno o número de pecuaristas que possuem o hábito de fazer o controle da produção de leite na fazenda. Mas com certeza, produtores que encaram a atividade como uma empresa adotam esta prática. Alguns criadores costumam medir a produção eventualmente, o que não é o mais recomendado, já que esta observação apenas informa quanto o animal está produzindo naquele momento.
Não podemos nos deixar enganar tão facilmente. Por exemplo, a melhor vaca nem sempre é aquela que apresenta alta produção logo após o parto. Assim, uma vaca que produz 25 litros de leite no início da lactação, mas cuja produção cai logo em seguida, ou que apresenta o período de lactação muito curto, pode não ser tão boa quanto outra que produz 15 litros no início, mas que mantém uma boa produção por um tempo bem maior. Dessa forma, é preciso analisar em conjunto a média de produção de leite e a persistência da lactação, o que só é possível quando fazemos o controle leiteiro corretamente.
Embora alguns pecuaristas ainda não estejam sensibilizados para as reais vantagens do controle leiteiro, elas são muitas, pois permitem:
- Fornecer às vacas quantidades de concentrado de acordo com a produção de leite, já que a vaca que dá mais leite deve receber maior quantidade deste alimento. Dessa forma não há desperdício nem falta de ração, o que otimiza os custos com a alimentação;
- Melhoramento genético do rebanho, selecionando as melhores vacas pelo total de leite da lactação e descartando aquelas de produção muito baixa;
- Escolher as novilhas filhas das melhores vacas para substituição daquelas descartadas do rebanho;
- Permite ao técnico que acompanha a propriedade ter condições de avaliar o desempenho do rebanho e tomar decisões quanto a mudanças no manejo animal;
- Secar a vaca de produção muito baixa;
- Outro aspecto é o comercial, onde as informações obtidas com o controle leiteiro podem ser utilizadas como propaganda do rebanho, objetivando maiores preços na comercialização.
Assim, faz-se necessário conhecer ou estimar a produção de cada vaca durante cada uma de suas lactações. A freqüência do controle leiteiro depende de vários fatores, entre eles qualidade e disponibilidade da mão-de-obra e a duração da lactação. Em rebanhos cujas vacas tenham lactações curtas, o controle deverá ser feiro a cada 15 ou 30 dias. Já em rebanhos cujas vacas apresentam lactações normais, o controle poderá ser feito a cada 30 ou 45 dias. Vale lembrar que, quanto menor o intervalo entre controles, melhor será estimativa da produção de leite e mudanças no manejo e na alimentação poderão ser realizadas mais freqüentemente.
É importante identificar todos os animais para que as anotações sejam precisas, sendo que o controle leiteiro deve ser feito em duas ou três ordenhas diárias, conforme o sistema adotado na propriedade, e em quaisquer casos, recomenda-se fazer a esgota total na tarde anterior ao dia do controle.
Entre em contato com nossa equipe de campo para maiores informações e esclarecimento de quaisquer dúvidas de como programar a execução correta desta prática que é de grande importância para a condução da atividade leiteira com mais eficiência.
Lécio Queiroz Soares – Zootecnista, M.Sc – Diretor e Supervisor de Projetos